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Empresas discutem na COP30 transição e adaptação em parceria com comunidades de entorno

Empresas discutem na COP30 transição e adaptação em parceria com comunidades de entorno

Lidar com as mudanças climáticas tanto nos eixos de adaptação, com investimentos em segurança e resiliência, quanto na busca de redução de impacto, descarbonização e inovação social foi um tema constante na COP30 em Belém (PA).

Com foco em debater exemplos concretos e caminhos dessa agenda, o diretor-executivo de Estratégia e Clima do Grupo Report, Victor Netto, participou como moderador do painel “Territórios resilientes: justiça climática, comunidades e novos modelos de desenvolvimento”. Organizado na Casa EY, o encontro teve participação representantes do Instituto Votorantim e de empresas como CBA, Citrosuco e Reservas Votorantim.

Formação de mão de obra local, entendimento de fragilidades territoriais a eventos extremos ligados à mudança do clima, fomento ao ecoturismo e regeneração, diversificação de fontes de renda. Esses são alguns dos assuntos citados como convergentes na hora de avaliar o que empresas devem fazer junto das comunidades em que estão inseridas, com ganhos mútuos que vão
das cadeias de suprimentos às relações institucionais. “O que está em debate aqui é a integração empresa-território, com uma visão de valor compartilhado que dialogue com o modelo de negócio e adapte os conceitos de resiliência, transição, adaptação à realidade dos negócios e,
principalmente, de cada comunidade”, ponderou Netto. O olhar para a cadeia de produtores e fornecedores foi um dos pontos de maior debate, integrando gestão de risco e criação de soluções alinhadas às metas de descarbonização e impacto positivo das empresas. A Citrosuco trouxe como
exemplo seu recém-anunciado programa de apoio a fornecedores não apenas na lida com as mudanças climáticas, mas também na geração de pomares regenerativos.

Junto das linhas de crédito especiais, a companhia de citricultura assumiu custos de certificação com seus parceiros e, em parceria com o Itaú BBA, facilita o acesso a crédito e recursos. “Além de ser um caminho de adaptação, o projeto permite a obtenção de recursos com créditos de carbono que são aplicados em projetos regenerativos com a nossa assessoria técnica”, afirmou
Jullie Lucon, Especialista de Negócios de Carbono da Citrosuco.

Mapeando riscos e caminhos de desenvolvimento

Entre as iniciativas citadas de adaptação e busca de resiliência diante de eventos extremos, como chuvas intensas, inundações e secas, a CBA, do setor de metalurgia e mineração, relatou ter desenvolvido um índice de vulnerabilidade para os territórios em que a empresa mantém operações. A ideia é entender como cada comunidade está exposta de modo particular às
mudanças do clima e, com isso, definir prioridades e meios de mitigação de riscos que ao fim do dia afetam diretamente os negócios. “Precisamos entender as unidades mais expostas aos riscos climáticos e atuar com os municípios onde estamos presentes, inclusive porque nossos
funcionários e parceiros também estão nesses territórios”, comentou Ligia Carvalho, coordenadora de sustentabilidade da CBA. “Validamos esse entendimento com o conselho da companhia, para nos adaptarmos a eventos extremos com uma priorização coerente de investimentos.” Tatiana Motta, coordenadora de Projetos e Carbono da Reservas Votorantim, ressaltou que o relacionamento com os municípios também deve contribuir com

o fortalecimento das vocações de cada região. Deu como exemplo o Legado das Águas, reserva privada de Mata Atlântica mantida pela Reservas Votorantim com 31 mil hectares, entre os municípios de Juquiá, Miracatu e Tapiraí, no Vale do Ribeira, em São Paulo. “Vimos isso na prática: o município precisa se preparar e tornar visíveis seus diferenciais. Então nossa contribuição vai além do aporte de recursos e envolve uma interface forte com municípios e moradores da região para atrair novos empreendimentos e atividades”, diz Tatiana. “Cada município está em um momento, em uma fase. Nosso papel é buscar observar como o clima afeta cada localidade e discutir e apoiar as soluções mais adequadas, sem impor modelos”, reforçou Rodolfo Mota, coordenador do
Programa de Apoio à Gestão Pública do Instituto Votorantim.

Guto Lobato, gerente-executivo de educação corporativa, membro da comitiva Report na COP30

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