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Relato Climático com IFRS S2: riscos, oportunidades e como atender à norma

Relato Climático com IFRS S2: riscos, oportunidades e como atender à norma

O movimento de inserção dos relatos sobre temas de sustentabilidade nas discussões do mercado financeiro ganha força no Brasil e no mundo. A entrada da IFRS Foundation no circuito de standard-setters adicionou, a um universo já protagonizado pela Global Reporting Initiative (GRI), preocupações com aspectos financeiros, riscos e oportunidades de negócio sobre temas ambientais, sociais e de governança (ESG).

lançamento das Normas IFRS S1 e S2 pela IFRS Foundation e, especificamente no Brasil, a divulgação da Resolução 193/2023 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foram apenas passos iniciais. Entre 2025 e 2027, companhias listadas ou sob regulação da CVM deverão se preparar para o reporte obrigatório nos padrões S1 e S2. E eles são, também, só o começo.

Com estrutura modular, em que a Norma IFRS S1 é uma norma geral para reporte a riscos e oportunidades financeiros ligados à sustentabilidade, as Normas “S” tendem a agregar visão financeira àqueles que ainda estão habituados com relatos ESG centrados em impactos gerados pela organização. A perspectiva “de fora para dentro” provoca empresas a pensar como temas de direitos humanos, biodiversidade, clima, relações de trabalho, diversidade e impacto social podem também produzir efeitos sobre as demonstrações financeiras e perspectivas do negócio.

Já a Norma IFRS S2 é a primeira de muitas que virão. Conta com um foco temático bem claro: as questões climáticas. E, no período de reporte voluntário, entre os anos-base 2024 e 2026 (portanto, para quem já iniciou sua jornada nas novas normas de forma experimental, nos relatórios sobre estes anos a serem lançados em 2025 e 2027), está aberta a possibilidade de começar o esforço de relato justamente pela S2. 

 

Qual o foco da Norma IFRS S2

A Norma IFRS S2 aborda, especificamente, o reporte de informações sobre riscos e oportunidades financeiras ligados ao clima.

O corpo do documento divulgado traz indicadores, orientações qualitativas e data points que ensinam empresas a observar como as questões climáticas estão cobertas e/ou afetam a governança, a estratégia, a gestão de riscos e oportunidades e as metas e métricas de monitoramento dos negócios.

Em uma frase: a Norma IFRS S2 busca ampliar a transparência sobre como as empresas estão atentas, abordam em suas decisões e atividades e lidam com riscos e oportunidades climáticos.

Entre as perguntas relevantes que toda empresa deverá responder para atender a norma, estão:

• Como as questões climáticas são consideradas nos processos de gestão de riscos corporativos e planejamento estratégico da empresa?

• Quais definições são adotadas e quais são os riscos físicos e de transição adotados pela organização, observando a questão do clima?

• A companhia tem cálculos específicos – monetários – sobre o impacto desses riscos sobre os balanços, o fluxo de caixa e a estrutura de capital da empresa?

• A companhia tem um cálculo interno de preço de carbono?

• Quais ações são adotadas, de forma estratégica e tática, para a empresa lidar com riscos climáticos em suas operações e em sua cadeia produtiva?

• De que forma a empresa monitora suas emissões de gases do efeito estufa, avalia a magnitude de impactos diretos e indiretos nessa seara e projeta investimentos e/ou melhorias para minimizar sua pegada de emissões?

Trata-se de um olhar mais financeiro e estratégico sobre a agenda climática e a gestão do tema no interior das empresas – algo que cada vez mais tem sido demandado por investidores, acionistas, credores e provedores de capital, uma vez que os negócios estão sujeitos a uma série de danos, riscos e impactos negativos sob a ótica financeira em decorrência de eventos climáticos extremos, mudanças de regimes agrícolas, escassez de recursos naturais, perdas de biodiversidade e outros reflexos das mudanças do clima.

Importante reforçar que, mesmo que você já relate aspectos de emissões e mudanças climáticas com base nas Normas da GRI ou nas Normas SASB, bem como adotando o Framework do TCFD –
que foi absorvido pela IFRS Foundation e aplicado ao texto das Normas IFRS S2 –, é fundamental não subestimar o desafio de produzir relatos com base nos novos padrões, que requerem dezenas de disclosures adicionais e mergulham mais fundo na análise e determinação de riscos e oportunidades.

Por que adotar a S2 em seu relato?

• Olhar financeiro: as questões climáticas afetam a todos, inclusive negócios, mas observá-las com ótica financeira permite enxergar com clareza os reais riscos e oportunidades atrelados ao tema.

• Agenda em alta: mesmo com discussões regulatórias em curso na Europa e nos Estados Unidos, dificilmente os tópicos climáticos sairão dos requerimentos de divulgação de empresas nos próximos anos e décadas.

• Apoio à tomada de decisões estratégicas: assim como no caso da Norma IFRS S1, a S2 permite uma consideração mais ampla e abrangente sobre riscos e oportunidades climáticos que rendem boas pautas para Conselhos de Administração e demais organismos de sistemas de governança corporativa responsáveis pela reflexão estratégica.

• Atendimento a critérios de provedores de capital: um bom reporte sobre o clima permite às empresas estar prontas e se antecipar a exigências e questões apontadas por instituições financeiras, investidores e credores sobre como um negócio se prepara para ser resiliente e agir pelo enfrentamento das mudanças do clima.

• Interoperabilidade: a conexão entre a S2 com outras normas e diretrizes ESG é ampla. Além da Norma IFRS S1, que a partir do ano-base 2026 deverá ser usada de forma obrigatória junto da S2, destacam-se o Framework de Relato Integrado, as Normas SASB e até mesmo estudos de operabilidade entre as normas IFRS-S e as complexas Normas ESRS da União Europeia.

Como usar a S1 com a S2 e outros standards e frameworks?

A Norma S1 começa, de forma lúcida, pelo geral: com diretrizes que permitem à empresa detalhar seu modelo de negócio, sua estrutura de governança, a forma como conduz sua reflexão estratégica e quais riscos, oportunidades, métricas e metas são considerados no trabalho. Nesse processo, é fundamental determinar a materialidade de riscos e oportunidades – uma lente para analisar os temas ESG tendo o critério financeiro ao centro, ou seja, indicando aqueles capazes de afetar a posição financeira e os resultados e perspectivas da organização.

Uma vez descrita a conexão financeira dos temas de sustentabilidade a riscos e oportunidades, é preciso reportar, com indicadores, dados que permitam a investidores e stakeholders de mercado tomar decisões e avaliar a exposição e a solidez do negócio com base nos temas específicos que o afetam. 

Aqui entra a S2: ela traz divulgações e data points específicos sobre o clima, um passo além do que já era trazido há alguns anos nas diretrizes do Task Force on Climate-Related Financial Disclosures (TCFD), agora incorporado a ela. O uso combinado das duas é mandatório – e esse movimento deve se manter conforme a IFRS lançar outras “S” de sua série de normas.

Desde a S1, já se informa que as fontes metodológicas para reporte sobre os temas materiais incluem não apenas a S2, mas também as Normas SASB e até mesmo padrões como ESRS e GRI, desde que sejam usados para a divulgação financeira sobre sustentabilidade. Ah, e as Diretrizes de Relato Integrado <IR> são a base estrutural e conceitual para um bom relatório baseado nos padrões IFRS-S.

Aprenda na prática como estar de acordo com a Norma IFRS S2.

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Trata-se de um curso mais curto, com 4 horas-aula distribuídas em dois dias (2h cada), que repassa e discute os requisitos da norma e suas aplicações práticas, além de apresentar possíveis formas de resposta e atendimento aos critérios das Normas IFRS-S.

Formato: On-line e ao vivo
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E não esqueça: 

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