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Comunicação ESG - Reputação das empresas passa pela construção de narrativas alinhadas aos parâmetros globais que direcionam o desenvolvimento sustentável

Comunicação ESG: conhecimento em sustentabilidade é chave para o sucesso

Reputação das empresas passa pela construção de narrativas alinhadas aos parâmetros globais que direcionam o desenvolvimento sustentável Por Flávia Ragazzo Sabemos que a comunicação é um dos alicerces da estratégia ESG das empresas, já que transparência, diálogo e engajamento são alguns de seus aspectos fundamentais. É a comunicação que torna possível informar, envolver e garantir o comprometimento de diferentes stakeholders aos pilares que orientam a atuação de uma organização. O alinhamento dos times internos aos temas ligados à sustentabilidade, por exemplo, é chave não só para uma cultura organizacional coesa, mas também para o crescimento do negócio. Também investidores, clientes, consumidores, fornecedores e, em última instância, toda a sociedade, devem ter acesso a uma comunicação clara, acessível e atualizada sobre o que uma empresa faz para estar alinhada aos princípios do desenvolvimento sustentável. Assim, um planejamento de comunicação é o primeiro passo para que a estratégia de sustentabilidade alcance e engaje diferentes públicos. Para que a visibilidade seja segura, no entanto, é preciso que comunicadores estejam alinhados às diretrizes, regulamentações e movimentações que orientam o desenvolvimento sustentável em todo o mundo. Princípios da comunicação ESG como exatidão, clareza, completude, contexto e verificabilidade devem ser a base de todo o planejamento para que não se incorra em riscos reputacionais como o greenwashing. Antes de começar a planejar, é preciso realizar uma investigação  profunda sobre a origem, a execução das iniciativas, as normas vigentes e o cenário setorial e geral. Na metodologia desenvolvida pela Report, analisamos de que maneira os temas materiais do negócio ou do setor se desdobram no planejamento estratégico da organização. Também conduzimos checklists táticos de impacto (concretude e confiabilidade das iniciativas), alinhamento (envolvimento de stakeholders e consistência com a atividade da empresa) e mensagem (identificando dubiedades e incoerências) para uma avaliação robusta do risco reputacional associado aos washings. O planejamento segue com a definição de um mapa de stakeholders a partir dos temas materiais e sua priorização para cada grupo, além de uma análise SWOT com visão de sustentabilidade para desenvolvimento dos caminhos táticos. Um banco de dados ESG é criado para uso dos times ao longo do tempo, assim como mensagens-chave e um posicionamento sólido que preparam a comunicação inclusive em relação a problemas e contradições do negócio. Trata-se de um processo que exige olhar abrangente e informado para comunicar aspectos ESG com segurança e livre de riscos reputacionais para todos os stakeholders.

ESRS: como funcionarão as novas normas de relato de sustentabilidade da União Europeia

ESRS: como funcionarão as novas normas de relato de sustentabilidade da União Europeia

Apresentado pela primeira vez no final de 2019, o “Green Deal” é um ambicioso plano da União Europeia para tornar a economia do bloco sustentável. A visão é que a Europa zere suas emissões de gases de efeito estufa e seja o primeiro continente “climate-neutral” do mundo até 2050. Para chegar lá, uma série de políticas vem sendo delineada, e a mobilização de recursos financeiros públicos e privados é fundamental. Por isso, em janeiro de 2023, entrou em vigor a Corporate Sustainability Reporting Directive (CSRD), que estabelece novas regras para a divulgação de informações de sustentabilidade pelas companhias. O documento faz emendas às demais diretivas que já existiam na região sobre práticas de contabilidade, auditoria e transparência. A CSRD faz parte dos esforços para garantir que os stakeholders tenham acesso a informações relevantes sobre os impactos das empresas na sociedade e no meio ambiente e, ao mesmo tempo, que os investidores conheçam os riscos financeiros e as oportunidades relacionadas às mudanças climáticas e a outros temas materiais em sustentabilidade. De acordo com a lei, todas as grandes empresas e todas aquelas com títulos negociados no mercado europeu (exceto as microempresas) deverão preparar seu relato anual de sustentabilidade. Empresas não europeias também deverão relatar caso gerem negócios de mais de 150 milhões de euros no mercado europeu. Como se adequar à nova legislação Em primeiro lugar, é fundamental aprofundar-se sobre as regras e determinar se sua empresa se enquadra nos requisitos da diretiva e qual o nível de aplicação necessário. Procure as áreas jurídica e/ou de compliance para guiá-lo quanto ao procedimento correto. As normas ESRS (European Sustainability Reporting Standards) constituem a ferramenta fundamental e obrigatória para o relato de sustentabilidade. Desenvolvidas pelo EFRAG (European Financial Reporting Advisory Group), órgão consultivo do bloco europeu, elas possuem interoperabilidade com as normas IFRS S1 e S2, além do GRI. O prazo de adequação varia de acordo com o porte e a complexidade da organização. Por exemplo, as grandes empresas e holdings com títulos negociados na União Europeia e que possuem mais de 500 funcionários já deverão publicar seu primeiro relato em 2025, para o ano-fiscal iniciado a partir de 1° de janeiro de 2024. Já no caso das subsidiárias ou escritórios de empresas não europeias que se encaixam nos critérios da CSRD, esse prazo passa a ser 2029 (para o ano-fiscal de 2028). De modo geral, o relato sob as normas ESRS deve fazer parte do relatório da administração. O prazo pode variar de 4 a 12 meses do término do ano fiscal, dependendo de se a empresa tem ou não títulos negociados na União Europeia. Há exceções para essa exigência, como empresas controladoras ou holdings não europeias que não se enquadram na diretiva da CSRD, mas cujas subsidiárias ou filiais têm negócios relevantes no bloco europeu. Essas empresas podem optar por publicar voluntariamente a versão completa do ESRS com dados consolidados de suas subsidiárias e, nesse caso, a publicação pode ser feita separadamente do relatório da administração. Assim, as subsidiárias em solo europeu eventualmente impactadas pela CSRD ficam, então, isentas de apresentarem seu relato individual. Em todos os casos, porém, a auditoria é obrigatória. Estrutura das normas ESRS As normas estão divididas em três categorias: padrões transversais, temáticos e setoriais. •Transversais: o ESRS-1 contém as orientações gerais para a preparação e a apresentação das informações de sustentabilidade. O processo tem início com um estudo de dupla materialidade. Já o ESRS-2 reúne os requisitos de divulgação obrigatória em áreas como governança, estratégia, impactos, gestão de riscos e oportunidades, além de acompanhamento de métricas e metas. •Temáticos: são aqueles relacionados aos tópicos materiais nas esferas ambiental, social e de governança, dentre os 10 grandes temas potenciais apresentados na norma. Esses, por sua vez, são divididos em subtópicos, para aprofundar a coleta e a divulgação dos dados. • Setoriais: os suplementos setoriais ainda estão em desenvolvimento. Fase de transição Outra característica importante do ESRS é a introdução de informações sobre a cadeia de valor. Dada a complexidade de coletar e consolidar esses dados, a EFRAG estabeleceu regras para um período de transição de três anos para as empresas se adaptarem a esse requisito obrigatório da norma. No entanto, as empresas cujo prazo de enquadramento geral à diretiva não é imediato (a partir do ano fiscal de 2024) já podem adotar medidas transitórias em seus próximos ciclos anuais de relato de sustentabilidade. Confira as recomendações da Report: •Ano 0: por onde começar? Conduza uma análise de dupla materialidade em linha com as diretrizes ESRS. Este é o ponto de partida para o processo de relato e a identificação dos temas materiais. •Ano 1: utilize o que você já tem. Fique atento aos Requisitos Mínimos de Relato (ou MDR, Minimum Disclosure Requirements) e use a interoperabilidade do ESRS com as normas GRI, IFRS 1 e IFRS 2, e SASB, aproveitando as coletas que sua empresa potencialmente já faz desses indicadores. •Ano 2: como avançar. No segundo ciclo, parta para a coleta dos dados adicionais que não são cobertos pela interoperabilidade com outras normas. •Ano 3: para atender totalmente à ESRS. Elabore um plano estratégico de governança e gestão para atender, até no máximo o quarto ano de vigência da CSRD, as divulgações exigidas pela União Europeia, especialmente aquelas relacionadas à cadeia de valor.

Soluções digitais estão transformando a maneira como as empresas atuam rumo ao desenvolvimento sustentável

Quem tem medo da Skynet na sustentabilidade?

Soluções digitais estão transformando a maneira como as empresas atuam rumo ao desenvolvimento sustentável Por Estevam Pereira, sócio-fundador da Report Enquanto não nos defrontamos com a Skynet, a inteligência artificial que se torna hostil aos humanos na franquia de filmes “O Exterminador do Futuro”, testemunhamos como o uso de soluções digitais está transformando a maneira como as empresas coletam, analisam e relatam informações de sustentabilidade e ESG . O mercado de softwares especializados tem acompanhado o boom ESG que tomou conta do mundo nos últimos anos. Natural, pois tais soluções digitais facilitam a conformidade regulatória, melhoram a transparência dos dados e otimizam a gestão da sustentabilidade, proporcionando benefícios significativos para as empresas e os investidores. Dados integrados, centralizados e etiquetados Uma das principais vantagens das soluções digitais é a capacidade de integrar e centralizar grandes volumes de dados estruturados e não estruturados. Isso permite que as empresas agreguem e etiquetem informações de diversas fontes, como relatórios corporativos, feeds de dados de terceiros e fontes públicas. A utilização de algoritmos avançados e inteligência artificial para estimar dados ausentes também contribui para a qualidade e confiabilidade das informações ESG. No caso dos provedores de capital, as ferramentas de software ESG têm o potencial de evoluir para apoiar todo o ciclo de vida do investimento, desde a triagem de due diligence pré-investimento até a melhoria contínua do desempenho das empresas em portfólio. Os investidores podem se valer dessas soluções para engajar ativamente as empresas em seu portfólio, visando melhorar o desempenho ESG e criar ou preservar valor a curto, médio e longo prazos. A automação de tarefas manuais, como a coleta de dados, permite que os investidores se concentrem em atividades que agregam mais valor, além de apoiar uma tomada de decisão mais informada por meio de análises e insights aprimorados. Pressão regulatória e do mercado Também a conformidade com regulamentações e padrões voluntários é simplificada por meio do uso de softwares. Regulamentações como a Diretiva de Relato de Sustentabilidade Corporativa da União Europeia (CSRD), a Diretiva de Divulgação de Finanças Sustentáveis da União Europeia (SFDR) e as normas S1 e S2 das Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) — estas últimas adotadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) do Brasil — exigem a divulgação de impactos, riscos e oportunidades de sustentabilidade por parte das empresa. Ferramentas digitais facilitam essa conformidade, assegurando que as informações divulgadas sejam precisas. Outro benefício crucial é a capacidade de fornecer relatórios personalizados e detalhados para diferentes stakeholders, tanto informações públicas quanto confidenciais. Isso inclui a divulgação de informações para reguladores, investidores finais e outros stakeholders relevantes. A disponibilidade de dashboards e visualizações permite uma análise mais intuitiva e a identificação de pontos críticos, como, por exemplo, hotspots de emissões de gases de efeito estufa dentro de um portfólio. A Central ESG® da Report A Central ESG® da Report atende mais de 5,2 mil usuários de 210 empresas, conta com mais de 1.000 indicadores (mais de 100 deles climáticos) alinhados aos principais standards e frameworks do mercado. A solução oferece três grandes módulos: • Módulo Coleta: coleta de  indicadores próprios, GRI, SASB, TCFD, IFRS S1 e S2, COP, inventário GEE, questionários CDP, Índices & Ratings (ISE B3, Dow Jones Sustainability Index entre outros); • Módulo Gestão: com visualização em gráficos que permitem acompanhar metas de indicadores e planos de ação; • Módulo Comunicação: Painel de Indicadores com publicador real-time na web. Um exemplo do nosso módulo de comunicação é o ESG Scorecard da Natura, que pode ser conferido neste link. Solicite uma demonstração da Central ESG®. Diferente da Skynet Em resumo, as soluções digitais no campo da sustentabilidade desempenham um papel vital na capacitação das empresas para atender às crescentes demandas de transparência e responsabilidade ESG. Elas não apenas ajudam na conformidade regulatória e na gestão de dados, mas também promovem a melhoria contínua do desempenho sustentável, fortalecendo a credibilidade e a competitividade das empresas no mercado global. E, felizmente, diferente da Skynet, essas soluções digitais estão aqui para nos ajudar, não para nos destruir. Pelo menos por enquanto…

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