ESG

Relações com investidores: o caminho para uma comunicação autêntica e transparente

Relações com investidores: o caminho para uma comunicação autêntica e transparente

O mercado de capitais está atento às questões de ESG. Suas decisões de investimento são cada vez mais baseadas em parâmetros como desempenho financeiro e não-financeiro, classificação das empresas em índices e ratings, comunicações formais ao mercado, ou ainda na interação contínua e direta com aqueles que querem atrair capital. Todo esse conjunto, porém, também gera concepções ou pressupostos que contribuem para a percepção subjetiva (positiva ou negativa) dos analistas e investidores quanto aos riscos e oportunidades apresentados por uma determinada empresa Para calibrar as expectativas e promover maior simetria de informações, qualquer estratégia de comunicação eficiente com atuais e futuros investidores deve começar com a escuta atenta das demandas e expectativas do público-alvo. No caso do desempenho em temas ESG, ela é fundamental para entender como está a percepção do mercado de capitais em relação a suas iniciativas concretas, evitando que a empresa não caia na armadilha do “greenwashing”. Ao aliar os resultados da escuta qualitativa à análise ponderada do desempenho da empresa em diferentes fontes de pontuação ESG, é possível gerar uma fotografia que servirá de subsídio no direcionamento das prioridades de comunicação com o mercado.   A jornada ideal Em primeiro lugar, é preciso identificar claramente quais são os investidores-alvo para engajamento ou atração de capital. Eles podem ser nacionais ou internacionais, institucionais ou individuais, “sell-side” ou “by-side”. Aqui, é importante adicionar fundos considerados referência em ESG por seus critérios mais rigorosos, para que o estudo de percepção esteja nivelado com as melhores práticas de mercado. Uma pesquisa exploratória inicial levará ao entendimento de quais são os fatores ESG mais relevantes no segmento de atuação da empresa, a partir de índices e ratings setoriais preparados por entidades e instituições financeiras, como MSCI, RobeccoSam, Sustainalytics, S&P, B3, SASB, PRI, entre outros. Também são avaliadas informações eventualmente já disponíveis sobre os critérios dos investidores-alvo, bem como de fundos de referência. Parte-se, então, para a consulta propriamente dita, por meio de entrevistas individuais, usando abordagens espontâneas e estimuladas. Nessa interação, entende-se com detalhes quais são os fatores ESG utilizados na avaliação de riscos, bem como as métricas que são aplicadas para a composição da carteira de investimentos.  Ao mesmo tempo, capta-se a percepção sobre o desempenho da empresa estudada com relação a esses critérios, bem como quais empresas do mesmo setor, na visão deles, constituem os modelos de atuação. Esse levantamento pode ser ainda complementado com a visão de especialistas e entidades ligadas à promoção das finanças sustentáveis, traçando um diagnóstico mais robusto e preciso. Gestão x comunicação A partir das entrevistas realizadas, torna-se possível aplicar os resultados a uma ferramenta de avaliação quantitativa que tenha como base indicadores e métricas ponderadas, de acordo com a relevância apontada pelos atores consultados. Ao confrontar a percepção do mercado com a realidade da empresa, fica claro quais ações já em andamento demandam estratégias para assegurar maior visibilidade, aquelas que requerem correções de rota em caso de incoerência entre ação e discurso ou ainda os gaps reais entre as expectativas do mercado e o que a empresa monitora de fato. Para além da comunicação, o resultado final desse diagnóstico é uma ferramenta de gestão que identifica oportunidades e direciona a implementação de práticas e políticas ESG consideradas relevantes pelo mercado de capitais, mas que ainda não fazem parte do dia a dia da empresa.  Consulte nossos especialistas O Grupo Report possui uma equipe dedicada que conduz análises sobre a abordagem e o desempenho das empresas em ESG, apoiando suas estratégias de gestão e comunicação com os investidores.  Desenvolvemos uma metodologia exclusiva que estabelece e pondera os parâmetros ESG que fundamentam a análise de investimentos, de acordo com a materialidade de cada setor. A partir dos objetivos da empresa e do estudo de percepção, é possível calibrar a ferramenta e, com base nas práticas e evidências do cliente, simular um rating cujas variáveis direcionarão um plano de ação. 

O estudo “Perspectiva ESG”, desenvolvido pelo time de Finanças Sustentáveis da Report, foca sua segunda edição em bioenergia e oferece aos investidores uma análise objetiva das principais empresas do setor

Perspectiva ESG Bioenergia: atuação setorial frente a riscos e impactos socioambientais

Investidores têm priorizado o equilíbrio entre retorno financeiro e impacto positivo. Com o aumento da relevância do desempenho das empresas em critérios ESG, também se intensifica a complexidade na avaliação da sua maturidade nesses temas, incluindo seus riscos e impactos sociais, climáticos e ambientais. O estudo “Perspectiva ESG”, desenvolvido pelo time de Finanças Sustentáveis da Report, foca sua segunda edição em bioenergia e oferece aos investidores uma análise objetiva das principais empresas do setor, facilitando a compreensão e comparabilidade de sua maturidade ESG. Entender o desempenho ESG de uma empresa é possível avaliando a qualidade e a robustez das suas estratégias de mitigação de riscos e das iniciativas de impacto positivo. A diversidade de padrões de reporte, como GRI, SASB e IFRS, tem tornado esse processo mais complexo, gerando relatórios extensos que nem sempre destacam com clareza as informações essenciais.  O “Perspectiva ESG” atende a essa necessidade ao estruturar informações do desempenho ESG das empresas de forma objetiva e comparativa, com base no Score ESG, ferramenta exclusiva que avalia temas críticos setoriais como mudanças climáticas, gestão de água e efluentes, biodiversidade e ética e compliance. Isso permite aos investidores uma visão concisa e comparável das práticas de sustentabilidade, facilitando a tomada de decisões fundamentadas.   Principais Destaques 1. Score ESG: A metodologia do Score ESG estabelece comparabilidade e classifica empresas de acordo com a sua exposição a riscos e capacidade de gestão de temas materiais.    2. Desempenho das Empresas: O estudo oferece uma análise detalhada de como as principais empresas do setor de bioenergia estão gerindo questões como biodiversidade, mudanças climáticas e relacionamento com comunidades. Empresas como Raízen e Jalles Machado se destacam, mas todas as dez maiores empresas estão presentes na análise, proporcionando uma visão ampla e setorial. 3. Compromissos e Metas de Sustentabilidade: O estudo detalha as metas públicas das empresas, incluindo o objetivo de alcançar desmatamento zero, rastreabilidade e melhorias em eficiência hídrica e energética. Esse aspecto é especialmente útil para investidores que priorizam compromissos com métricas ESG claras e bem definidas. Baixe agora o “Perspectiva ESG” e tenha em mãos uma análise concisa, objetiva e fundamentada da maturidade ESG do setor de bioenergia brasileiro. Seja para avaliar riscos, identificar oportunidades de melhoria ou alinhar estratégias de investimento responsável, o estudo oferece insights valiosos para uma análise mais robusta e focada. 

O estudo "Perspectiva ESG", desenvolvido pelo time de Finanças Sustentáveis da Report, foca sua segunda edição em bioenergia e oferece aos investidores uma análise objetiva das principais empresas do setor, facilitando a compreensão e comparabilidade de sua maturidade ESG.

COP 16 Biodiversidade: Impactos, riscos e oportunidades

A biodiversidade é a nova fronteira nas discussões estratégicas de sustentabilidade.  Apesar de histórica por reunir um grande número de participantes, a COP 16, realizada em Cali, foi concluída sem que os países chegassem a um consenso sobre como serão financiados os projetos para alcançar as chamadas “metas da natureza”. Na prática, dos US$ 20 bilhões anuais que seriam alocados em um fundo global para esse fim, apenas 2% foram mobilizados no total até agora. A eliminação de US$ 500 bilhões em subsídios dos governos para atividades de impacto negativo, como desmatamento e combustíveis fósseis, ficou à margem das discussões. Continua também o impasse sobre a governança dos instrumentos multilaterais de financiamento. Os países em desenvolvimento demandam mais poder de decisão sobre a utilização dos recursos, compatível com o volume de biodiversidade que concentram em seus territórios. Entre as boas notícias, porém, esteve a garantia da participação permanente de indígenas e comunidades locais na convenção, além do reconhecimento da importância dos saberes tradicionais da população afrodescendente. A criação do Fundo Cali, mecanismo multilateral que vai receber os pagamentos da repartição de lucros obtidos com o uso do sequenciamento digital do “DNA da natureza”, irá destinar a essas comunidades metade dos recursos arrecadados, pelos seus serviços de conservação e conhecimento. Os oceanos também ganharam mais mecanismos de proteção, com a classificação de novas áreas marinhas como ecologicamente significativas e, portanto, incluídas nas metas de preservação até 2030. O chamado para as empresas Mesmo com a diplomacia ainda patinando, aumentaram consideravelmente as expectativas dos stakeholders para que as empresas revisitem a gestão dos negócios, assumindo compromissos e demonstrando com transparência suas práticas de proteção e restauração dos ecossistemas, bem como o uso sustentável dos recursos naturais terrestres e marinhos. Não há caminho possível e confiável para o net zero sem a natureza. Afinal,  mudanças climáticas e biodiversidade são interdependentes e ambas requerem a aceleração de iniciativas para atingir tanto as metas do Acordo de Paris quanto as do Marco Global de Biodiversidade Kunming-Montreal. “Assim como as mudanças climáticas ganharam um caráter universal e transversal, a biodiversidade vai assumindo o papel de co-protagonista na mudança das relações entre a humanidade e o meio ambiente. As empresas estão conclamadas a contribuir para o atingimento dessas metas globais, além de incorporar a natureza na gestão de riscos financeiros”, avalia Renata Vallim, consultora de sustentabilidade do Grupo Report. Além dos impactos externos dos negócios na perda de biodiversidade, é cada vez maior o reconhecimento de que a resiliência dos ecossistemas também é um fator de risco financeiro. Por isso, GRI, TNFD, ISSB e o CDP estão trabalhando em conjunto para desenvolver normas e estruturas que atendam à demanda de relato de forma eficiente, simples e, principalmente, com sinergia. Como relatar a biodiversidade? 1. Aplique a dupla materialidade Identifique tanto os impactos positivos e negativos dos negócios na biodiversidade quanto os riscos financeiros e oportunidades aos quais a empresa está exposta com relação ao tema. Assim, você estabelece os fundamentos para o processo de relato. 2. Comece com o GRI Adote desde já o novo caderno GRI 101: Biodiversidade, lançado no início de 2024, com adoção obrigatória a partir de 2026. Ele substitui o documento anterior GRI 304-1 de 2016, com novos indicadores, maior abrangência e complexidade. Ele ajuda a entender quais decisões e práticas de negócios levam à perda de biodiversidade, onde esses impactos acontecem na cadeia de valor e como eles podem ser gerenciados. Dada a importância da América Latina para a biodiversidade, a GRI lançou durante a COP 16 as versões em português e espanhol da nova norma. 3. Complemente com o TNFD Uma vez aplicada a perspectiva do GRI, complemente o relato com as recomendações da TNFD, a Força-Tarefa para Divulgações Financeiras Relacionadas à Natureza, lançadas em 2023. Ela orienta o mapeamento das dependências e dos riscos e oportunidades relacionados à biodiversidade que impactam a materialidade financeira da empresa.  Em 2024, a TNFD publicou o mapa da sua interoperabilidade com as normas GRI.  Durante a COP 16, a força-tarefa divulgou para consulta pública a primeira proposta de recomendações para a elaboração dos planos de transição em biodiversidade, nos mesmos moldes do que vem sendo adotado para as mudanças climáticas. Elaborado em conjunto com a Aliança Financeira de Glasgow para o Net Zero (GFANZ) e outros parceiros, o documento propõe as metas, ações, medidas de responsabilização e recursos que as empresas devem priorizar para alinhar seus esforços com as metas globais e relatá-los da melhor forma. 4. Prepare-se para a futura IFRS S3 Tanto a GRI quanto a TNFD estão colaborando estreitamente com o International Sustainability Standards Board (ISSB) no projeto de pesquisa sobre biodiversidade e ecossistemas. A expectativa é de que os aprendizados e experiências sejam utilizados na elaboração das futuras normas de contabilidade IFRS S3, que tratará dos riscos financeiros relacionados à biodiversidade. 5. A contribuição do CDP A TNFD e o CDP assinaram um acordo de colaboração para o alinhamento dos dados coletados pelas duas iniciativas, com a incorporação total das recomendações da TNFD na plataforma do CDP. Mais de um terço das empresas que utilizam o CDP já divulgam informações relacionadas à natureza, como o uso da água. No entanto, apenas 10% delas já mapearam suas dependências em biodiversidade.

Saiba como a Força-Tarefa para Divulgações Relacionadas à Natureza (TNFD) ajuda a integrar a sustentabilidade às decisões empresariais.

TNFD: A Nova Fronteira da Transparência Corporativa

Saiba como a Força-Tarefa para Divulgações Relacionadas à Natureza (TNFD) ajuda a integrar a sustentabilidade às decisões empresariais.Por Renata Vallim A Força-Tarefa para Divulgações Financeiras Relacionadas à Natureza (TNFD) é uma iniciativa global, baseada no mercado e orientada pela ciência, que visa desenvolver um quadro estruturado para que as empresas e instituições financeiras identifiquem, avaliem, gerenciem e divulguem os riscos e oportunidades relacionados à natureza em suas operações.  Inspirada na Força-Tarefa para Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima (TCFD), e na IFRS – ISSB (S1 e S2), a TNFD foi criada em 2021 para abordar a necessidade crítica de relatórios relacionados à natureza, semelhante ao que a TCFD fez em relação às mudanças climáticas. A TNFD ganhou o apoio de governos, instituições financeiras e empresas ao redor do mundo, pois busca aumentar a transparência e a responsabilidade corporativa, alinhando as ações de negócios com a preservação da biodiversidade e a gestão de recursos naturais. O propósito da TNFD é incorporar questões relacionadas à natureza na tomada de decisão corporativa, reconhecendo que a perda da biodiversidade e a degradação dos ecossistemas representam riscos materiais significativos para empresas e investidores. As atividades econômicas muitas vezes dependem diretamente de serviços ecossistêmicos, como a polinização, a qualidade da água e a saúde do solo, e qualquer alteração nesses sistemas pode ter impactos negativos nos negócios. Portanto, a TNFD oferece um modelo para que as empresas mostrem como suas operações impactam e dependem da natureza, e como estão mitigando esses riscos. Estrutura e Pilares da TNFD A estrutura de divulgação da TNFD é organizada em quatro pilares principais: Governança, Estratégia, Gestão de Riscos e Impactos e Métricas e Metas. Esses pilares são baseados nas recomendações da TCFD e foram desenvolvidos para garantir que as empresas possam adotar práticas consistentes de relato sobre a natureza, enquanto integram essas práticas em seus processos de negócios e estratégias de sustentabilidade. 1. Governança: As organizações são incentivadas a divulgar a governança interna em torno de suas dependências e impactos relacionados à natureza. Isso inclui quem é responsável por supervisionar os riscos e oportunidades associados à natureza, e como as decisões relacionadas são integradas aos processos de governança corporativa. 2. Estratégia: As empresas devem divulgar como as questões relacionadas à natureza impactam seu modelo de negócios e estratégia, assim como o planejamento financeiro de curto, médio e longo prazo. Aqui, a TNFD destaca a importância de integrar a natureza as operações da empresa, considerando como as mudanças nos ecossistemas ou as novas regulações ambientais podem afetar a continuidade dos negócios. 3. Gestão de Riscos e Impactos: Este pilar incentiva as organizações a detalharem os processos usados para identificar, avaliar, priorizar e monitorar os riscos e impactos relacionados à natureza. O foco é garantir que as empresas não só identifiquem seus impactos diretos sobre a biodiversidade, mas também suas dependências de serviços ecossistêmicos. 4. Métricas e Metas: Finalmente, as empresas devem divulgar as métricas e metas que utilizam para medir e gerenciar os riscos e oportunidades materiais relacionados à natureza. Isso envolve definir metas claras e mensuráveis para melhorar o desempenho ambiental e garantir que haja um acompanhamento rigoroso dos resultados ao longo do tempo.   Conceito LEAP: Abordagem Estrutural da TNFD Um dos conceitos mais importantes dentro da estrutura da TNFD é a abordagem LEAP, que significa Locate, Evaluate, Assess, Prepare (Localizar, estimar, avaliar e preparar). Essa abordagem foi desenvolvida com base em metodologias e ferramentas já existentes e foi testada por mais de 240 organizações durante a fase de desenvolvimento da TNFD. Ela ajuda as empresas a identificar suas interações com a natureza em quatro etapas: • Locate (Localizar): Identificar as localizações geográficas de suas interações com a natureza, como áreas onde há uma dependência crítica dos serviços ecossistêmicos ou onde as operações geram impactos significativos. • Evaluate (Estimar): Estimar as dependências e impactos das operações da empresa sobre a biodiversidade nos ecossistemas e serviços naturais nesses locais identificados. • Assess (Avaliar): Avaliar os riscos e oportunidades financeiros relacionados a essas dependências e impactos, considerando também os horizontes temporais de curto, médio e longo prazo. • Prepare (Preparar): Preparar respostas estratégicas para gerenciar os riscos, mitigar os impactos e capturar oportunidades, além de definir as metas apropriadas para garantir a gestão contínua. A abordagem LEAP é flexível e pode ser adaptada às necessidades de cada organização, servindo como uma lista de verificação que garanta que todos os aspectos relevantes da natureza sejam considerados. Além disso, a TNFD sugere que as empresas usem essa abordagem para integrar as suas divulgações com outros padrões de relatórios de sustentabilidade, como os European Sustainability Reporting Standards (ESRS), aumentando a interoperabilidade entre diferentes frameworks.   Requisitos Gerais da TNFD Além de seguir os pilares estruturais e a abordagem LEAP, a TNFD exige que as empresas atendam a seis requisitos gerais que ajudam a garantir a consistência e a qualidade das informações divulgadas: 1. Materialidade: As organizações devem definir claramente a abordagem de materialidade que utilizam, sem uma materialidade imposta pela TNFD. Cada empresa deve avaliar o que é material de acordo com seu contexto específico. 2. Escopo de Divulgação: É necessário definir claramente o escopo da avaliação e divulgação relacionadas à natureza, incluindo o processo seguido para determinar esse escopo. 3. Localização Geográfica: As empresas devem divulgar as localizações geográficas onde suas operações interagem com a natureza, como regiões de alta biodiversidade ou áreas críticas para os ecossistemas. 4. Integração: As divulgações relacionadas à natureza devem ser integradas a outras divulgações financeiras e de sustentabilidade, promovendo uma visão total das operações e riscos da empresa. 5. Horizontes Temporais: As empresas devem definir os horizontes temporais usados para avaliar riscos e oportunidades relacionados à natureza, considerando tanto o curto, médio e longo prazo. Engajamento com Stakeholders: A TNFD destaca a importância de envolver partes interessadas, como povos indígenas e comunidades locais, para garantir que suas preocupações e prioridades sejam consideradas.   A Importância da TNFD na Atualidade A adoção das recomendações da TNFD é fundamental para que as empresas se alinhem às demandas globais por

A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) se destaca na adoção das normas IFRS 2, desenvolvidas pelo ISSB, com o apoio da Report. As normas IFRS, lançadas em 2023, visam transformar os relatórios de desempenho climático globalmente. A CBA seguiu também as diretrizes da TCFD em seu "Reporte da Agenda Climática 2023", consolidando práticas de transparência e gestão climática. A partir de 2026, a adoção das IFRS será obrigatória no Brasil para companhias listadas, segundo regulamentação da CVM.

Relato climático: do TCFD ao IFRS S2

Em meio a uma diversidade de normas, diretrizes e regulações emergentes, não é por acaso que as boas práticas de mensuração, gestão da informação e transparência também orientam e embasam os processos de relato sobre as mudanças climáticas. Algumas empresas estão mostrando o caminho a ser percorrido, como aquelas que respondem ao questionário do Carbon Disclosure Project (CDP) e conquistam a pontuação máxima (A). Os resultados atingidos pela chamada “A List” indicam que ações concretas tomadas para enfrentar as mudanças climáticas são compatíveis e colaboram com o sucesso nos negócios. A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) é um dos destaques do CDP e tem      como prática a divulgação de relatórios climáticos. Com o apoio da Report,      publicou seu “Reporte da Agenda Climática 2023”, com uma visão abrangente e transparente de sua gestão. O documento segue as orientações da Task Force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD), estrutura internacional que reúne recomendações para a divulgação de informações financeiras relacionadas a riscos e oportunidades climáticas, com foco na transparência e resiliência financeira. Mas as iniciativas de relato da CBA não pararam por aí: também com o apoio da Report, a empresa conduziu, em paralelo, um diagnóstico de aderência às normas IFRS 2, desenvolvidas pelo International Sustainability Standards Board (ISSB). Lançadas em junho de 2023, as normas IFRS irão transformar o ecossistema de relatos de desempenho ao redor do mundo, como publicamos aqui no blog. Juliane Camolezi, da equipe de Jornada Climática, explica que a Report atuou diretamente na avaliação de materiais internos e públicos e na orientação dos gestores responsáveis na CBA pelas informações necessárias, além da condução da análise para a transição às exigências da IFRS S2. “Nosso trabalho garantiu a precisão e a qualidade dos dados reportados, resultando em um relatório robusto e alinhado às recomendações da TCFD. O projeto foi uma experiência enriquecedora, culminando em um relatório de alta qualidade que reflete o compromisso da CBA com a transparência e a responsabilidade ambiental. Estamos animados em iniciar um novo ciclo de relatório com a CBA, agora com um foco maior nas diretrizes do IFRS S2, reforçando nosso compromisso em ajudar nossos clientes a atenderem às exigências regulatórias e promoverem a resiliência climática”, avalia. Próximos passos no relato climático O Brasil, por meio da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), foi um dos primeiros mercados a regular a adoção local das normas IFRS 1 e IFRS 2 pelas companhias listadas no país, em outubro de 2023. Para os anos-base de 2023 a 2025, a adesão é voluntária. Já para o período que se inicia em 1º de janeiro de 2026, elas devem obrigatoriamente fazer parte do conjunto de divulgação das informações financeiras das companhias abertas, fundos de investimentos e companhias securitizadoras. Ao mesmo tempo, pesquisa realizada pela Report com empresas que compunham a carteira do ISE de 2022 revelou que 74,6% delas já adotavam o TCFD contra 52,9% do ano anterior. A boa notícia é que a IFRS 2 consolida as diretrizes preconizadas pelo TCFD, usando como base os mesmos instrumentos já disponíveis de gestão climática e mensuração de emissões. Com isso, em 2023, o TCFD anunciou o encerramento de seus trabalhos e delegou o acompanhamento das diretrizes para a IFRS.    • Empresas que até o ano-base de 2023 já relatavam usando as orientações do TCFD: ○ Realizar o diagnóstico de aderência de conformidade com as normas IFRS; ○ Para os anos-base 2024 e 2025, dar início ao relato em conformidade com a IFRS S1 e S2 como fase de preparação e entendimento das diretrizes, que ainda não serão obrigatórias; ○ Para 2026, publicar efetivamente de acordo com as normas, seguindo as melhores práticas de mercado e atendendo à obrigatoriedade da CVM. • Empresas que até 2023 ainda não publicaram seu relato climático: ○ Iniciar sua jornada de relato diretamente pelas normas IFRS 2.

CBAM: Regulamentação europeia define novas exigências para emissões de carbono em importações e impacta a cadeia de fornecimento global

CBAM: a precificação do carbono nas importações da União Europeia

Regulamentação europeia define novas exigências para emissões de carbono em importações e impacta a cadeia de fornecimento global. Além dos preparativos para o relato de ESG de acordo com as normas ESRS, as empresas também precisam ficar atentas a outras mudanças em andamento na União Europeia, reunidas no Carbon Border Adjustment Mechanism (CBAM). A regulamentação traz novos desafios para a jornada climática de empresas europeias que importam de outras regiões e, por consequência, para seus fornecedores, que precisarão informar com regularidade a pegada de carbono de seus produtos. Previsto no regulamento UE 2023/956, o “mecanismo de ajuste de carbono na fronteira” define um preço a ser cobrado pelas emissões de gases de efeito estufa (GEE) de determinados produtos intensivos em energia e que são importados de países com regulamentações consideradas menos rígidas pela Comissão Europeia. Com isso, o bloco econômico espera evitar a “fuga” ou “vazamento” de carbono, ou seja, que empresas transfiram suas atividades produtivas para países sem regulamentação ou com padrões inconsistentes com os da União Europeia — que possui sistema interno de precificação de carbono —, ou ainda que produtos europeus sejam substituídos por importados com maior intensidade de carbono. De forma mais ampla, o mecanismo pretende também incentivar uma produção industrial mais limpa em países não-membros. A ferramenta foi elaborada em compatibilidade com as regras da Organização Mundial do Comércio (OTC).  O novo regime entrará definitivamente em vigor a partir de 1° de janeiro de 2026. A partir dessa data, os importadores na União Europeia sujeitos ao CBAM deverão estar devidamente registrados nos órgãos competentes, declarar as emissões dos produtos adquiridos e comprar os certificados de carbono equivalentes. O preço será calculado com base na média semanal do leilão dos créditos de carbono europeus (EU ETS Allowances), expressos em € por tonelada emitida de CO2. Caso o importador possa demonstrar que o preço sobre o carbono já foi pago durante o processo produtivo, o valor correspondente poderá ser deduzido. Vale lembrar que o Brasil ainda não possui mercado regulado de carbono e opera os créditos em bases voluntárias no Mercado Brasileiro de Redução de Emissões. O projeto para um Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa está em discussão no Poder Legislativo. Fase de transição Em 1° de outubro de 2023, a aplicação do CBAM entrou em fase transitória que segue até o final de 2025 para garantir a implementação gradual, cuidadosa e proporcional para todas as empresas, sejam elas europeias ou não, assim como para os órgãos públicos envolvidos. Trata-se de um piloto para o aprendizado de todos os stakeholders e a captura de informações para refinar a metodologia. Os setores selecionados para essa fase inicial, devido à alta intensidade de suas emissões, são: Cimento Ferro e aço Alumínio Fertilizantes Eletricidade Hidrogênio  Durante esse período, as empresas importadoras terão que relatar trimestralmente as emissões de carbono incorporadas aos bens que adquiriram (emissões diretas e indiretas), mas sem a necessidade de comprar ou utilizar certificados. Até o final de 2024, há três opções para elaborar o relato: já de acordo com a nova metodologia da União Europeia (EU 2023/1773), utilizando regimes equivalentes de precificação de carbono ou ainda métodos para cálculo de  estimativas (apenas até julho de 2024).  A partir de janeiro de 2025, apenas a metodologia europeia poderá ser utilizada, sem a flexibilidade de utilizar métodos alternativos que não ofereçam precisão ou cobertura equivalente às regras do CBAM. No entanto, há exceções que permitem estimativas caso o montante não ultrapasse 20% do total das emissões apuradas. O relatório deverá ser enviado ao Registro Transitório do CBAM, cujo link só está disponível para os importadores que se registraram na autoridade competente do país-membro onde está estabelecido. A verificação por terceiros não é obrigatória, mas é recomendada para garantir precisão e deve ser informada no relatório. No fim da fase transitória, a verificação será necessária para conformidade. Como podemos ajudar? A Report possui uma equipe de especialistas em jornada climática que auxilia as empresas a se adaptarem às novas exigências de uma economia de baixo carbono. Se sua empresa tem relações comerciais com a  União Europeia, podemos apoiá-lo na preparação e implementação da metodologia de monitoramento, garantindo que os relatos atendam aos requisitos do CBAM e utilizem corretamente os dados de emissões para os relatórios trimestrais exigidos. Entre em contato conosco.  

Os relatórios produzidos pela Report são concebidos para possibilitar o acesso, utilização e compreensão facilitada do conteúdo por pessoas com deficiência ou alguma limitação de uso da Internet.

Acessibilidade digital nos relatórios de sustentabilidade

Adotar diretrizes de acessibilidade digital é uma prática intimamente ligada a políticas e programas de inclusão e diversidade das empresas. Não só do ponto de vista de atração e retenção de talentos, mas também da promoção de uma cultura inclusiva, empática e participativa, com maior engajamento de stakeholders, incluindo consumidores. Isso não é diferente com a comunicação da sustentabilidade. A estimativa é de que 18,6 milhões de brasileiros maiores de 2 anos, cerca de 9% da população nessa faixa etária, sejam pessoas com algum tipo de deficiência física, mental, intelectual ou sensorial, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada em 2022. Para além dos requisitos previstos na legislação brasileira, que assegura o direito de todos à informação e à comunicação, estar atento à acessibilidade deve fazer parte das preocupações do pilar social de qualquer estratégia de sustentabilidade.  Como meu relatório pode ser mais acessível? Os relatórios produzidos pela Report são concebidos para possibilitar o acesso, utilização e compreensão facilitada do conteúdo por pessoas com deficiência ou alguma limitação de uso da Internet. Ancorado nos princípios de design universal, por trás de qualquer website há um time de especialistas que zela por desenvolver um código de alta qualidade que, além de proporcionar páginas responsivas e de fácil carregamento, adapta-se sem erros às mudanças ativadas pelos usuários durante a navegação, por meio dos diversos plug-ins de acessibilidade ou tecnologia assistida. Entre as entregas de acessibilidade digital de qualquer relatório produzido pela Report estão: • Planejamento de design que facilite a leitura, com hierarquia clara para a identificação dos elementos e a relação entre eles, como títulos, listas, tabelas e outros;  • Uso de fontes maiores e preferencialmente sem serifa, páginas estruturadas que relacionam cada imagem ao respectivo texto, inserção de descrição do conteúdo das imagens, e textos facilmente interpretados por ferramentas de “leitura de tela” para pessoas com deficiência visual; • Plug-in com pacote de ferramentas de acessibilidade, incluindo aumento e espaçamento de texto, contraste e inversão de cores, leitor de tela, pausa de animações, saturação e a funcionalidade “dislexia amigável”; • Integração do VLibras, ferramenta do Governo Federal que traduz conteúdos digitais em língua portuguesa para a linguagem de sinais; • Geração de arquivos PDF acessíveis, com configuração adequada de títulos, tags e textos alternativos, e o tratamento de textos em imagens; • Acompanhamento das Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG 2.1), em nível internacional, e do Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico (eMAG), em nível nacional; • Uso de códigos nos padrões W3C (World Wide Web Consortium) para HTML e CSS. Procure nossa equipe técnica para mais informações sobre como planejar e adequar seus relatórios e promover uma comunicação de sustentabilidade mais inclusiva. Estamos preparados e flexíveis para desenvolver projetos customizados e incorporar ferramentas adicionais que facilitarão a interação com uma parcela maior do seu público leitor.

Comunicação ESG - Reputação das empresas passa pela construção de narrativas alinhadas aos parâmetros globais que direcionam o desenvolvimento sustentável

Comunicação ESG: conhecimento em sustentabilidade é chave para o sucesso

Reputação das empresas passa pela construção de narrativas alinhadas aos parâmetros globais que direcionam o desenvolvimento sustentável Por Flávia Ragazzo Sabemos que a comunicação é um dos alicerces da estratégia ESG das empresas, já que transparência, diálogo e engajamento são alguns de seus aspectos fundamentais. É a comunicação que torna possível informar, envolver e garantir o comprometimento de diferentes stakeholders aos pilares que orientam a atuação de uma organização. O alinhamento dos times internos aos temas ligados à sustentabilidade, por exemplo, é chave não só para uma cultura organizacional coesa, mas também para o crescimento do negócio. Também investidores, clientes, consumidores, fornecedores e, em última instância, toda a sociedade, devem ter acesso a uma comunicação clara, acessível e atualizada sobre o que uma empresa faz para estar alinhada aos princípios do desenvolvimento sustentável. Assim, um planejamento de comunicação é o primeiro passo para que a estratégia de sustentabilidade alcance e engaje diferentes públicos. Para que a visibilidade seja segura, no entanto, é preciso que comunicadores estejam alinhados às diretrizes, regulamentações e movimentações que orientam o desenvolvimento sustentável em todo o mundo. Princípios da comunicação ESG como exatidão, clareza, completude, contexto e verificabilidade devem ser a base de todo o planejamento para que não se incorra em riscos reputacionais como o greenwashing. Antes de começar a planejar, é preciso realizar uma investigação  profunda sobre a origem, a execução das iniciativas, as normas vigentes e o cenário setorial e geral. Na metodologia desenvolvida pela Report, analisamos de que maneira os temas materiais do negócio ou do setor se desdobram no planejamento estratégico da organização. Também conduzimos checklists táticos de impacto (concretude e confiabilidade das iniciativas), alinhamento (envolvimento de stakeholders e consistência com a atividade da empresa) e mensagem (identificando dubiedades e incoerências) para uma avaliação robusta do risco reputacional associado aos washings. O planejamento segue com a definição de um mapa de stakeholders a partir dos temas materiais e sua priorização para cada grupo, além de uma análise SWOT com visão de sustentabilidade para desenvolvimento dos caminhos táticos. Um banco de dados ESG é criado para uso dos times ao longo do tempo, assim como mensagens-chave e um posicionamento sólido que preparam a comunicação inclusive em relação a problemas e contradições do negócio. Trata-se de um processo que exige olhar abrangente e informado para comunicar aspectos ESG com segurança e livre de riscos reputacionais para todos os stakeholders.

ESRS: como funcionarão as novas normas de relato de sustentabilidade da União Europeia

ESRS: como funcionarão as novas normas de relato de sustentabilidade da União Europeia

Apresentado pela primeira vez no final de 2019, o “Green Deal” é um ambicioso plano da União Europeia para tornar a economia do bloco sustentável. A visão é que a Europa zere suas emissões de gases de efeito estufa e seja o primeiro continente “climate-neutral” do mundo até 2050. Para chegar lá, uma série de políticas vem sendo delineada, e a mobilização de recursos financeiros públicos e privados é fundamental. Por isso, em janeiro de 2023, entrou em vigor a Corporate Sustainability Reporting Directive (CSRD), que estabelece novas regras para a divulgação de informações de sustentabilidade pelas companhias. O documento faz emendas às demais diretivas que já existiam na região sobre práticas de contabilidade, auditoria e transparência. A CSRD faz parte dos esforços para garantir que os stakeholders tenham acesso a informações relevantes sobre os impactos das empresas na sociedade e no meio ambiente e, ao mesmo tempo, que os investidores conheçam os riscos financeiros e as oportunidades relacionadas às mudanças climáticas e a outros temas materiais em sustentabilidade. De acordo com a lei, todas as grandes empresas e todas aquelas com títulos negociados no mercado europeu (exceto as microempresas) deverão preparar seu relato anual de sustentabilidade. Empresas não europeias também deverão relatar caso gerem negócios de mais de 150 milhões de euros no mercado europeu. Como se adequar à nova legislação Em primeiro lugar, é fundamental aprofundar-se sobre as regras e determinar se sua empresa se enquadra nos requisitos da diretiva e qual o nível de aplicação necessário. Procure as áreas jurídica e/ou de compliance para guiá-lo quanto ao procedimento correto. As normas ESRS (European Sustainability Reporting Standards) constituem a ferramenta fundamental e obrigatória para o relato de sustentabilidade. Desenvolvidas pelo EFRAG (European Financial Reporting Advisory Group), órgão consultivo do bloco europeu, elas possuem interoperabilidade com as normas IFRS S1 e S2, além do GRI. O prazo de adequação varia de acordo com o porte e a complexidade da organização. Por exemplo, as grandes empresas e holdings com títulos negociados na União Europeia e que possuem mais de 500 funcionários já deverão publicar seu primeiro relato em 2025, para o ano-fiscal iniciado a partir de 1° de janeiro de 2024. Já no caso das subsidiárias ou escritórios de empresas não europeias que se encaixam nos critérios da CSRD, esse prazo passa a ser 2029 (para o ano-fiscal de 2028). De modo geral, o relato sob as normas ESRS deve fazer parte do relatório da administração. O prazo pode variar de 4 a 12 meses do término do ano fiscal, dependendo de se a empresa tem ou não títulos negociados na União Europeia. Há exceções para essa exigência, como empresas controladoras ou holdings não europeias que não se enquadram na diretiva da CSRD, mas cujas subsidiárias ou filiais têm negócios relevantes no bloco europeu. Essas empresas podem optar por publicar voluntariamente a versão completa do ESRS com dados consolidados de suas subsidiárias e, nesse caso, a publicação pode ser feita separadamente do relatório da administração. Assim, as subsidiárias em solo europeu eventualmente impactadas pela CSRD ficam, então, isentas de apresentarem seu relato individual. Em todos os casos, porém, a auditoria é obrigatória. Estrutura das normas ESRS As normas estão divididas em três categorias: padrões transversais, temáticos e setoriais. •Transversais: o ESRS-1 contém as orientações gerais para a preparação e a apresentação das informações de sustentabilidade. O processo tem início com um estudo de dupla materialidade. Já o ESRS-2 reúne os requisitos de divulgação obrigatória em áreas como governança, estratégia, impactos, gestão de riscos e oportunidades, além de acompanhamento de métricas e metas. •Temáticos: são aqueles relacionados aos tópicos materiais nas esferas ambiental, social e de governança, dentre os 10 grandes temas potenciais apresentados na norma. Esses, por sua vez, são divididos em subtópicos, para aprofundar a coleta e a divulgação dos dados. • Setoriais: os suplementos setoriais ainda estão em desenvolvimento. Fase de transição Outra característica importante do ESRS é a introdução de informações sobre a cadeia de valor. Dada a complexidade de coletar e consolidar esses dados, a EFRAG estabeleceu regras para um período de transição de três anos para as empresas se adaptarem a esse requisito obrigatório da norma. No entanto, as empresas cujo prazo de enquadramento geral à diretiva não é imediato (a partir do ano fiscal de 2024) já podem adotar medidas transitórias em seus próximos ciclos anuais de relato de sustentabilidade. Confira as recomendações da Report: •Ano 0: por onde começar? Conduza uma análise de dupla materialidade em linha com as diretrizes ESRS. Este é o ponto de partida para o processo de relato e a identificação dos temas materiais. •Ano 1: utilize o que você já tem. Fique atento aos Requisitos Mínimos de Relato (ou MDR, Minimum Disclosure Requirements) e use a interoperabilidade do ESRS com as normas GRI, IFRS 1 e IFRS 2, e SASB, aproveitando as coletas que sua empresa potencialmente já faz desses indicadores. •Ano 2: como avançar. No segundo ciclo, parta para a coleta dos dados adicionais que não são cobertos pela interoperabilidade com outras normas. •Ano 3: para atender totalmente à ESRS. Elabore um plano estratégico de governança e gestão para atender, até no máximo o quarto ano de vigência da CSRD, as divulgações exigidas pela União Europeia, especialmente aquelas relacionadas à cadeia de valor.

Soluções digitais estão transformando a maneira como as empresas atuam rumo ao desenvolvimento sustentável

Quem tem medo da Skynet na sustentabilidade?

Soluções digitais estão transformando a maneira como as empresas atuam rumo ao desenvolvimento sustentável Por Estevam Pereira, sócio-fundador da Report Enquanto não nos defrontamos com a Skynet, a inteligência artificial que se torna hostil aos humanos na franquia de filmes “O Exterminador do Futuro”, testemunhamos como o uso de soluções digitais está transformando a maneira como as empresas coletam, analisam e relatam informações de sustentabilidade e ESG . O mercado de softwares especializados tem acompanhado o boom ESG que tomou conta do mundo nos últimos anos. Natural, pois tais soluções digitais facilitam a conformidade regulatória, melhoram a transparência dos dados e otimizam a gestão da sustentabilidade, proporcionando benefícios significativos para as empresas e os investidores. Dados integrados, centralizados e etiquetados Uma das principais vantagens das soluções digitais é a capacidade de integrar e centralizar grandes volumes de dados estruturados e não estruturados. Isso permite que as empresas agreguem e etiquetem informações de diversas fontes, como relatórios corporativos, feeds de dados de terceiros e fontes públicas. A utilização de algoritmos avançados e inteligência artificial para estimar dados ausentes também contribui para a qualidade e confiabilidade das informações ESG. No caso dos provedores de capital, as ferramentas de software ESG têm o potencial de evoluir para apoiar todo o ciclo de vida do investimento, desde a triagem de due diligence pré-investimento até a melhoria contínua do desempenho das empresas em portfólio. Os investidores podem se valer dessas soluções para engajar ativamente as empresas em seu portfólio, visando melhorar o desempenho ESG e criar ou preservar valor a curto, médio e longo prazos. A automação de tarefas manuais, como a coleta de dados, permite que os investidores se concentrem em atividades que agregam mais valor, além de apoiar uma tomada de decisão mais informada por meio de análises e insights aprimorados. Pressão regulatória e do mercado Também a conformidade com regulamentações e padrões voluntários é simplificada por meio do uso de softwares. Regulamentações como a Diretiva de Relato de Sustentabilidade Corporativa da União Europeia (CSRD), a Diretiva de Divulgação de Finanças Sustentáveis da União Europeia (SFDR) e as normas S1 e S2 das Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) — estas últimas adotadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) do Brasil — exigem a divulgação de impactos, riscos e oportunidades de sustentabilidade por parte das empresa. Ferramentas digitais facilitam essa conformidade, assegurando que as informações divulgadas sejam precisas. Outro benefício crucial é a capacidade de fornecer relatórios personalizados e detalhados para diferentes stakeholders, tanto informações públicas quanto confidenciais. Isso inclui a divulgação de informações para reguladores, investidores finais e outros stakeholders relevantes. A disponibilidade de dashboards e visualizações permite uma análise mais intuitiva e a identificação de pontos críticos, como, por exemplo, hotspots de emissões de gases de efeito estufa dentro de um portfólio. A Central ESG® da Report A Central ESG® da Report atende mais de 5,2 mil usuários de 210 empresas, conta com mais de 1.000 indicadores (mais de 100 deles climáticos) alinhados aos principais standards e frameworks do mercado. A solução oferece três grandes módulos: • Módulo Coleta: coleta de  indicadores próprios, GRI, SASB, TCFD, IFRS S1 e S2, COP, inventário GEE, questionários CDP, Índices & Ratings (ISE B3, Dow Jones Sustainability Index entre outros); • Módulo Gestão: com visualização em gráficos que permitem acompanhar metas de indicadores e planos de ação; • Módulo Comunicação: Painel de Indicadores com publicador real-time na web. Um exemplo do nosso módulo de comunicação é o ESG Scorecard da Natura, que pode ser conferido neste link. Solicite uma demonstração da Central ESG®. Diferente da Skynet Em resumo, as soluções digitais no campo da sustentabilidade desempenham um papel vital na capacitação das empresas para atender às crescentes demandas de transparência e responsabilidade ESG. Elas não apenas ajudam na conformidade regulatória e na gestão de dados, mas também promovem a melhoria contínua do desempenho sustentável, fortalecendo a credibilidade e a competitividade das empresas no mercado global. E, felizmente, diferente da Skynet, essas soluções digitais estão aqui para nos ajudar, não para nos destruir. Pelo menos por enquanto…

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